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Texto: Susana Gonçalves

Fotos: Cedidas

Edição 84 SET/OUT| Download.

AFRIKANIZM ART PLATFORM – “A ARTE AFRICANA PODE E DEVE TER LUGAR NO MUNDO DA ARTE MUNDIAL”

Ao perceberem que a falta de apoios e a fraca presença de promotores reduz consideravelmente as oportunidades de “artistas incríveis, que não conseguem promover de forma eficaz o seu trabalho e, consequentemente, capitalizar o mesmo e ter uma profissionalização”. Laura Leal e João Boavida decidiram criar a Afrikanizm, “uma plataforma de promoção e venda de Arte de artistas contemporâneos Africanos” destinada a dar voz e mostrar esse talento ao resto do mundo através da transformação digital. “O nosso objectivo é mostrar que a Arte africana pode e deve ter lugar no mundo da Arte mundial, enquanto participamos activamente na promoção da cultura em Angola”, afirmam os dois fundadores.

Laura Leal e João Boavida decidiram criar a Afrikanizm, “uma plataforma de promoção e venda de Arte de artistas contemporâneos Africanos” destinada a dar voz e mostrar esse talento ao resto do mundo através da transformação digital.

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Curiosamente, nenhum tem formação em Arte, “apenas muita paixão”, confessam. Laura gosta de Arte que tenha uma história por trás, sem ter um estilo pré-definido, enquanto João assume preferir um estilo neo-expressionista e urbano, “um pouco do universo Basquiat e Vhils, que já é possível ser visto em alguns jovens talentos africanos”. Devido ao seu trabalho na área de marketing e a projectos a que esteve ligado, João contactou com alguns artistas e galerias numa experiência que lhe permitiu identificar a necessidade de se criarem alternativas para que o trabalho artístico seja divulgado e valorizado, dentro de Angola e além-fronteiras.Criaram de raiz uma plataforma que funciona em três níveis diferentes: o online, com a venda de Arte através de e-commerce no website; o agenciamento, onde potenciam o talento, procurando trabalhar com instituições, galerias e empresas privadas para a criação de iniciativas que permitam a promoção dos artistas; e um canal privado, onde trabalham de forma bastante próxima com uma base de clientes e investidores de Arte em Angola e no resto do mundo.

Actualmente, negoceiam quatro categorias de obras – pintura, fotografia, colagem e digital – de artistas que encontram na Afrikanizm “a possibilidade de vender as suas obras, sem nenhum contrato de fidelização e com uma das comissões mais baixas do mercado, quando comparada com a de outros players”, defendem. A esta vantagem juntam-se a flexibilidade e a não existência de exclusividade, que permitem aos artistas explorarem várias oportunidades para a construção da sua carreira.

Seleccionados através de um processo de scouting, baseado sobretudo numa pesquisa intensa na Internet e redes sociais, através do histórico de exposições em galerias, parceiros e outros eventos, traçam o background de cada artista, o que permite uma selecção com base nos parâmetros de qualidade internacionais e a oferta da diversidade que o cliente final procura. Entram então em contacto directo com os artistas a quem explicam de forma detalhada o propósito da plataforma e os seus benefícios. “Tem sido um processo super gratificante, tendo em conta o voto de confiança que temos recebido”, dizem. Num curto espaço de tempo construíram uma base de mais de 45 artistas que representam oito países africanos – Angola, África do Sul, Nigéria, Burkina Faso, Moçambique, Egito, Gana e Quénia – na maioria, angolanos e nigerianos.

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