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Texto: Elton Pila

Fotos: Yassmin Forte

Edição 84 SET/OUT| Download.

El Algavero – A experiência mexicana 

 

Chegamos ao El Agavero no mall com o nome do lençol de água que tem a frente. À entrada logo esquecemos do mar espelho de céu num dia das nuvens cor de chuva. A parede está marcada pelas coloridas máscaras mexicanas e pelas violas dos acordes musicais que marcam o corrido, este género musical celebrizado pela la cucaracha. Outra viola entre as pernas de um manequim vestido de serape, com a pose de quem está cansado da coreografia que faz do México um país atravessado pela tequila-rio. As margaritas, que logo provaríamos, são apenas uma amostra da pluralidade de formas com que a tequila nos pode chegar à boca.

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As margaritas, que logo provaríamos, são apenas uma amostra da pluralidade de formas com que a tequila nos pode chegar à boca.

E então notamos a frase de Frida Kalho, a artista-plástica-bandeira-do-México que pintou suas dores e o tempo e as novas agendas a elevaram a símbolo pop: “Nada hay absoluto. Todo se cambia, todo se mueve, todo revoluciona, todo vuela y se va”. É como se nos lembrasse da vida a esvair-se com a areia na ampulheta. Viver é um verbo demasiado grande a que se chega na conjugação do coração, das mãos, dos olhos, dos ouvidos e da boca; das experiências de mundo. E o El Algavero é o da experiência mexicana.  E percebemos então porque Speedy Gonzales – o rato da rapidez expressa no ‘‘arriba, arriba, andele, andele’’ – naquela canção de Pat Boone gritou num inglês acentuado pelo sotaque mexicano: ‘‘Hey, Rosita, I have to go shopping downtown for my mother. She needs some tortillas and chili peppers!’’. O El Agavero é das tortillas, mas também dos churros, nachos quesadilla de chorizo, tacos res com chili guajillo, enchilada de pollo pibil y mas. Todos pratos marcados pelos ingredientes e temperos mexicanos que não são estranhos as geografias de sabor moçambicanos sempre tão abertas ao mundo.

Os ventos que trazem a noite também mudam os ritmos. Ouvimos música electrónica, amapiano, afropop. A noite mexicana é um país sem muros.

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