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Texto: Eliana Araújo

Foto: https://Shutterstock

Edição 83 MAR/AGO| Download.

Transformação digital, o futuro que Moçambique espera alcançar

O mundo está a experienciar, diariamente, uma acelerada transformação de natureza digital com a emergência de vários novos paradigmas que são já uma realidade para as empresas, assim como para o próprio Homem no seu quotidiano. Actualmente, caminha-se para uma nova era em que as novas tecnologias vão gradualmente substituindo o homem em muitas actividades, apostando-se na automatização, mas, também, o papel que outrora era visto como principal recurso para o registo de informação, agora vai perdendo espaço com a aposta das empresas na digitalização.

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“Os gestores devem fazer o seu próprio negócio, através da transformação digital, para melhorar e projectar o seu próprio crescimento” – Eliana Araújo

Aliado a esta nova realidade, com o surgimento da pandemia da COVID-19, várias empresas viram-se obrigadas a apostar cada vez mais nos serviços tecnológicos como uma estratégia para não serem engolidas pela crise.

Em Moçambique, embora a transformação digital tenha ganho algum relevo em fóruns de discussão, a sua implementação ou aposta constitui ainda um grande desafio para o Governo como legislador, mas também para o sector empresarial, pois este precisa de acompanhar esta dinâmica por forma a melhorar o seu desempenho, como a sua competitividade. Para o Governo, o desafio prende-se com a criação de infraestruturas de suporte a esta digitalização, mas esses serviços também requerem ao Executivo Moçambicano definir um quadro legal de base, à semelhança do que aconteceu noutros países.

Para este novo paradigma, não se sabe, até aqui, em que fase o país se encontra, apesar de se assumir que algo está a ser feito, tanto pelo Governo quanto a nível das empresas.

Entretanto, o Governo, através do Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC), garante estar a desenvolver várias actividades com vista à preparação do quadro legal e regulamentar das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Estas iniciativas, segundo o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do INTIC, Lourino Chemane, “visam estabelecer um ambiente de transacções electrónicas seguras, protecção dos cidadãos, instituições e o Estado no espaço cibernético”.

Enquanto isso, para o sector privado, a transformação digital é um factor que deve acompanhar as empresas moçambicanas durante o seu crescimento, desde a fase micro e macro, para que estas não fiquem desprovidas do mercado global. Neste sentido, o vice-presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Vasco Manhiça, frisa que “a transição digital mostra-se uma incontornável oportunidade para o sector empresarial moçambicano se tornar mais competitivo, inteligente na forma como lida com os clientes, e no aprimoramento de um novo modelo de negócios que inclui a melhoria da produção, logística, comercialização, entre outros factores”.

Aliando a estes factores, Vasco Manhiça destaca que a aposta na transformação digital poderá trazer benefícios tanto para o Estado Moçambicano quanto para o sector privado, visto que poderá permitir a correcção da proliferação e sobreposição de impostos, que resulta numa enorme carga fiscal somente para um grupo de contribuintes – as empresas.

Contudo, apesar da transformação digital constituir um imperativo para se acompanhar a dinâmica da globalização, a Cegid Primavera, uma empresa digital de origem Francesa, que conhece bem o mercado Moçambicano, considera que o crescimento das empresas nacionais, compostas na sua maioria por Pequenas e Médias Empresas (PME), passa mesmo pela aposta nos serviços digitais. No entanto, considera que as empresas Moçambicanas ainda apresentam fraco domínio deste novo target.

De acordo com Eliana Araújo, Head of Business Development da Unidade de Negócio SMB & CPA na Cegid em Moçambique, a grande lacuna que existe é, no fundo, a capacitação dos próprios gestores, que devem perceber que têm de fazer o seu próprio negócio, através da transformação digital, para melhorar e projectar o seu próprio crescimento.

“As PME Moçambicanas têm uma grande evolução pela frente. Existem já muito boas empresas a trabalhar, mas existem outros espaços a serem explorados na sua estratégia de actuação para dar saltos qualitativos e quantitativos”, explicou Eliana Araújo.

Entretanto, apesar desses desafios, nota-se que algumas empresas já começaram a tomar esta consciência. A título de exemplo, no sector bancário Moçambicano, o processo de transformação digital já começou a merecer uma aposta.

▶ DESTAQUES:

“A transição digital mostra-se uma incontornável oportunidade para o sector empresarial Moçambicano se tornar mais competitivo”

“Os gestores devem fazer o seu próprio negócio, através da transformação digital, para melhorar e projectar o seu próprio crescimento” – Eliana Araújo

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