Songo – Um Oásis no vibrante calor de Tete
As viagens por Moçambique levam sempre a experimentar os extremos. O oceano costuma brindar-nos com ilhas paradisíacas, de águas cristalinas e imagens de tirar o fôlego. Os desertos, muitas vezes anecúmenos, surpreendem-nos com oásis que nos fazem esquecer a aridez dos solos e devolvem-nos uma lufada de frescura.
Songo é uma pequena vila situada em Tete. Em meio as montanhas, vislumbra-se a tez de uma população acolhedora.
As longas exposições de peixes diversos, desde o fresco, acabado de pescar; o seco, acompanhado de sal para a sua conservação; o fumado, que mesmo com um aspecto peculiar, quando já à mesa, faz-nos delirar no seu sabor intenso.
A reminiscência daquele primeiro contacto com os Nyungwes continua quente, mesmo a condizer com as altas temperaturas do seu ambiente.
As reminiscências daquele primeiro contacto com os Nyungwes continua quente, mesmo a condizer com as altas temperaturas do seu ambiente. Ao passar pelos embondeiros diversos, de espessuras, formatos, alturas e olhares de outros tempos, é inevitável concretizar que as melhores coisas vêm dos lugares menos esperados.
As casas estão distribuídas ao longo das montanhas, o frio começa a tomar conta e o brilho da electricidade dá à Vila uma visão privilegiada da cidade disforme.
Logo cedo, um passeio pelas montanhas, uma apreciação aos monumentos como a grande cobra Sandawana, instalada por Naguib, ou uma aventura de moto pelas ruas, montanhas e paisagens de levar ao êxtase.
Imagens e cenários que dariam para os filmes mais românticos, como as dos passeios de canoa pelas águas que fluem com calma, em cores verde, azul-turquesa e formas cristalinas que permitem contemplar as altas montanhas e vislumbrar a grande Barragem de Cahora Bassa.
Mas o melhor dos lugares continua a ser as suas gentes. Ao explorar a Vila, as conversas trazem sempre à ribalta estórias e histórias de outros tempos. Memórias distantes e recentes, de orgulho e de saudade. Memórias dos que todos os dias atravessam as montanhas à procura de verdades passadas e coisas do futuro. Dentes gigantes e relíquias de animais diversos serão apresentados com saudade da juventude que há muito se foi com o trabalho braçal intenso. E não faltarão estórias (ou histórias?) de como um jovem conseguiu, sozinho, domar um crocodilo e colocar sua grande carcaça em sua sala como prova inequívoca do seu feito.
▶ Como ir
Viaja com a LAM até a cidade de Tete. Com o calor da cidade, segue-se de carro a viagem das vibrantes paisagens.
▶ O que fazer
Visitar a barragem a bordo de uma das simpáticas canoas é, sem dúvidas, uma das melhores lembranças que terá. É, igualmente imprescindível, um passeio calmo pela vila.
▶ Onde comer
No Kukoma’s come-se à maneira de se lamber os dedos, pode-se experimentar pratos com produtos locais e mais. Assim como se pode comer no Mangos bar a variada gastronomia moçambicana, a acompanhar com cervejas diversas e outras bebidas para todos os gostos.
Para um ambiente mais requintado, com uma paisagem também privilegiada e uma linda montanha à vista, o restaurante do Montebelo oferece tudo ao gosto do consumidor, com um pessoal simpático e muito bem-disposto a servi-lo e contar várias histórias.
▶ Onde dormir
Um ambiente aconchegante e requintado é Hotel Montebelo, com sorte, poderá ter a janela voltada a uma bela montanha com uma vegetação sublime e delirante.
▶ Cuidados a ter
Para quem gosta de caminhadas é um lugar perfeito, só saía com um sapato confortável pois as subidas e descidas não são fáceis. Leve sempre água e uma câmara carregada para eternizar a paisagem. Se andar de carro, uma atenção redobrada, a estrada é cheia de curvas. Ao se aventurar pelas águas, cuidado com os crocodilos e fale sempre com um local para recomendações de lugares a pescar. Tenha um taxista e combinem horas, pois em alguns lugares a rede falha.
Edição 80 Jul/Ago/ Set| Download.
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