Angélica Cozinha – Brio profissional
Aos 20 anos, colocou o anel no dedo e dedicou-se com afinco ao lar, fez duas filhas e não se via longe dos deveres de casa. Mas o destino deu uma reviravolta, viveu uma separação conturbada e para garantir o futuro dos seus teve de se reinventar. Respirou fundo, arregaçou as mangas e construiu uma carreira profissional exemplar nas Linhas Aéreas de Moçambique.
Vamos recuar a cassete para recordar um dos marcos da vida de Angélica Cozinha, que é a participação no concurso promovido pela LAM no início da década de 1980. “Estava apreensiva, existiam muitas concorrentes, mas felizmente fui admitida, em 1984. Na altura tinha 28 anos”, revive.
Primeiro, trabalhou nas reservas, sua voz transmitia tranquilidade para quem estava aflito em marcar a sua viagem. A formação em Emissões e Reservas deu-lhe bases sólidas, mas no campo ela foi lapidada.
Devido à sua entrega, viu-se no balcão, estando em contacto com diversas pessoas de status e classes sociais diferentes. “Nas minhas interacções, colocava a simpatia em primeiro”, indicou.
Porque os desafios são próprios do trabalho, Angélica Cozinha participou no processo de automatização das Emissões e Reservas. Viajou para Atlanta, Estados Unidos da América, para aprender mais sobre o sistema e, posteriormente, passar o testemunho para os seus colegas.
“A formação foi toda em inglês americano, o que nos dificultou, mas porque estávamos cientes da nossa missão, conseguimos nos adaptar”, relata.
As viagens não terminaram por aqui. Para aprimorar os seus conhecimentos sobre os processos manuais, com vista a melhorar a automatização, Angélica Cozinha esteve em Genebra, Suíça, fazendo uma passagem por Paris, França.
Findas as formações, chegou a hora de leccionar. “Partilhar o que aprendi foi um dos processos mais gratificantes da minha carreira. Mais do que transferir o que sabia, aprendi muito com os meus colegas”, acrescenta.
Os anos que passou de pé, leccionando e atendendo, influenciaram para uma reforma prematura. Mas, apesar de estar na reserva, Angélica Cozinha está aberta para transmitir o que aprendeu na Companhia que a moldou.
“A LAM foi o meu primeiro trabalho. Aprendi que temos de nos entregar de corpo e alma, dedicarmo-nos como se fôssemos os donos da empresa”, disse, realçando que o brio profissional é a receita para a construção de uma carreira sólida.
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