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Texto: Pretilério Matsinhe

Foto: Júlio Marcos

Edição 76 Nov/Dez| Download.

ALBERTO MANJATE – Carreira de luz

Disseram que tinha de ficar na electrificação, porque havia mesmo falta de profissionais naquela área.

Em 1980, quando Alberto Manjate terminou o curso de Electricidade, no Instituto Industrial de Maputo, tinha certeza que o destino lhe reservava um futuro de luz. Tinha sido indicado para trabalhar na Electricidade de Moçambique, na linha centro-norte,  em Nampula, mas fez permuta com um colega de carteira, natural daquela província, e que queria regressar à sua terra de origem.

Por isso mesmo, Alberto Manjate passou para as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), onde trabalhou no sector de Instalações Eléctricas e Força Motriz até 2010, quando chegou a reforma. Graças ao seu empenho e dedicação, foi agraciado por mais quatro anos como contratado.

Os mais de 30 anos de profissão fizeram do Alberto Manjate um quadro indispensável. Conhece a electrificação da LAM como a palma da sua mão, e é graças ao seu trabalho que os aviões partem e chegam aos destinos sem sobressaltos. A matemática é simples: ele foi o responsável pela manutenção da corrente eléctrica em toda a instituição, elemento indispensável para a marcação de voos, registos de entradas, saídas e comunicações. “A LAM sem energia pára totalmente”, esclarece.

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Alberto Manjate chegou a assumir cargos de chefia. Quando a empresa adjudicou a parte eléctrica ao sector privado, Manjate foi director do Gabinete Técnico de Fiscalização. O destino traçou novos horizontes e foi escolhido para ser chefe da Secção de Património e Manutenção de Infra-estruturas. Além de fiscalizar, lidava com questões administrativas e contratação de empresas que prestavam serviços.

Manjate foi sempre um homem atento e preocupado em ajudar o próximo. Quando chegou nas LAM havia muitos trabalhadores com baixo nível de escolaridade. Ao fim do expediente, usou a área de simulação de voos para dar aulas aos seus colegas. Um batalhador, chegou também a sonhar em cursar pilotagem, mas viu a sua ambição travada. “Disseram que tinha de ficar na electrificação, porque havia mesmo falta de profissionais naquela área”.

Durante os mais de 30 anos, recebeu muitos colegas novos no sector. “Para mim, valeu a pena”.

Agora na reforma, aos 62 anos de idade, dedica-se à família e acompanha o evoluir da instituição na qual trabalhou metade da sua vida, firme e ciente de que deixou no seu sector profissionais competentes para oferecer os melhores serviços.

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