Inácio José Machele e Francisco Samuel Nhampossa – Em busca da tacada certa
Têm idades e backgrounds distintos, mas nutrem ambos uma paixão por um desporto que não é, certamente, o mais popular em Moçambique: o golfe. Falamos de Inácio José Machele e Francisco Samuel Nhampossa.
O primeiro, de 45 anos, foi apresentado a este desporto ainda bastante jovem, em 1987, por influência de um vizinho, António Checo, também ele jogador. E foi sob o pretexto de o ajudar a carregar o material, que o senhor Checo abriu a porta a Machele de um novo mundo. Machele recorda: “logo no primeiro dia, fiquei apaixonado pela modalidade, pelo estilo de roupas, pela língua dominante, que é o Inglês… Isso tornou-me um menino cheio de sonhos no golfe.”
Já o segundo, de 31 anos, começou a praticar a modalidade em 2009, e curiosamente por uma questão de conveniência, já que o campo ficava bem perto da sua casa.
Como em tudo na vida, também o golfe exige uma fonte de inspiração e, se para Inácio Machele esta veio do Mr. Checo, na infância, e actualmente no norte-americano Jordan Spieth, para Francisco Nhampossa veio do internacional Tiger Woods. E Nhampossa lamenta: “aqui em Moçambique é difícil mencionar nomes; existem muitos e bons jogadores, mas não são conhecidos na praça, como é o caso de José Nhaúle.”
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Mas o que é que torna o golfe um desporto tão pouco popular no país? Ausência de divulgação da modalidade (inclusive nos programas de desporto), pouca atenção por parte dos dirigentes desportivos, ausência de campos para a prática do mesmo e falta de patrocínios são algumas das razões apontadas por ambos os golfistas.
Porém, nem tudo são más notícias. Apesar dos desafios, há boas novas, como os diversos torneios em que os desportistas já tiveram a oportunidade de participar, e que colocam o país no mapa internacional do golfe.
E se os dois golfistas partilham a paixão pela prática do desporto, também partilham a vocação pelo ensino desta modalidade.
“Estou engajado num projecto de sensibilização de todos os que estejam interessados em aprender a jogar golfe, e estou disponível para dar aulas a pessoas de diferentes faixas etárias.” afirma Machele. Já Nhampossa está totalmente dedicado a um projecto de formação de crianças. E o país agradece!
Mas, será tão difícil ser um jogador de golfe? De acordo com os nossos entrevistados, a honestidade, o respeito pelas regras do jogo, a dedicação e a prática de treinos regulares são fundamentais. E, claro, possuir equipamento adequado e de boa qualidade. Afinal, todos os detalhes contam quando o objectivo é atingir o sucesso!
E por falar em sucesso, quer Machele quer Nhampossa acreditam no potencial do golfe para atrair turistas para o país. De acordo com o segundo “(…) essa modalidade pode ser um forte aliado para grandes negócios, pois existem muitos empresários que o praticam.” Já Machele tem uma visão mais pragmática: “(…) o golfe é o melhor sítio para expor e publicitar o seu negócio diante das pessoas que tomam decisões nas suas empresas.”
Entre os desafios e o potencial de oportunidades, ficam os sonhos. O de Machele é obter um patrocínio para se inscrever na escola de profissionais de golfe na África do Sul, para posteriormente ter acesso a torneios de nível internacional, como o Sunshine Tour e o DP World Cup.
Já o de Nhampossa é conquistar um título internacional e levar o golfe moçambicano além-fronteiras.
Bem feitas as contas, partilham os dois o mesmo sonho, estão é em diferentes momentos das respectivas carreiras.
Do nosso lado, só podemos desejar que ambos dêem as tacadas certas para que cheguem lá o mais breve possível.
Inácio Machele:
MSC Championship, Brithol Mitchcom Golf Day
Torneio Villas & Golf
Skukuza Open
White River Open
BMW Championship
Jogos das Nações da África Austral
Heritage World Cup
Francisco Nhampossa:
Torneio da Zona 6 Malawi
Torneio da Zona 6 Cape Town (SA)
Mundial de golfe nas Maurícias
Edição 75 Set/Out | Download.
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