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Texto: Elton Pila

Foto: Mauro Pinto

Edição 72 Mar/Abr | Download.

Sandra Jafar Tarmamade

O sonho como prenúncio da realidade

Às vezes a realidade é maior do que o sonho. Tão maior que o sonho torna-se apenas um prenúncio da realidade possível. Depois, tem o destino, este composto de dias, circunstâncias e escolhas que definem o lugar em que acabamos por pertencer. O próprio destino construiu a carreira de Sandra Jafar Tarmamade (n. 1966). Em adolescente, talvez impressionada com o avião a rasgar as nuvens, sonhava em ser assistente de bordo. “Era um sonho vago”, diz-nos. Não se tornaria realidade, mas serviria de prenúncio do que viria a ser sua vida.

Nascida em Inhambane, impuseram-lhe o cargo de escriturária na Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações. Na época, o Governo escolhia o destino dos estudantes finalistas. Mas, dois anos e meio depois, pediu férias e nunca mais voltou.

Chegou a Maputo para continuar os estudos, mas também para trabalhar. (Re) começou como vendedora numa loja de vestuário, de onde saiu para se tornar secretária na construtora Soares da Costa.

Um anúncio de que a empresa Linhas Aéreas de Moçambique precisava de pessoal no departamento de Controlo de Receitas e Tráfego abriu novos horizontes. Mas, pela experiência no currículo, sugeriram a vaga no secretariado da Direcção de Operações. “Como secretária, lidava directamente com o pessoal navegante técnico e de cabine, comissários e assistentes de bordo”. Estava mais perto do sonho, mas percebeu que seria complicado realizar. “Tinha medo de voar”.

Trabalhou durante 17 anos com o director de Operações, chegou ao topo de carreira na sua função. Mas pensou que precisava de novos desafios. Surgiu um recrutamento interno para uma vaga na Direcção Comercial, conseguiu a vaga. Continua lá até hoje, a desempenhar funções de Revenue Integrity Aauditor. De forma voluntária faz parte dos núcleos Care Team para o Plano de Resposta a Emergências e é Focal Point de Segurança e Saúde no Trabalho para Direção Comercial.

“A LAM representa estabilidade”

Portugal, Inglaterra, França, Namíbia, África do Sul são paragens que, ao mesmo tempo acrescentavam na formação pessoal, ajudaram a vencer o medo de voar. Entrou na LAM com as habilitações da 9ª classe, mas a sede de aprender fez com que concluísse o ensino médio e depois o superior. “A LAM representa estabilidade”, refere.

Quando lhe pedimos para olhar os momentos mais difíceis dos seus mais de trinta anos na LAM, a resposta que nos dá – “não me lembro de momentos maus” – diz muito do tipo de profissional que é. Não é pedantismo, tem consciência clara de que “nem tudo foi um mar de rosas”, mas são os momentos bons que prefere colocar aos ombros da memória.

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