Polvo – O sabor dos recifes
Quando a maré baixa, nas madrugadas dos meses de Março, Maio, Julho e Dezembro, vozes femininas, em zonas costeiras, como o Parque Nacional das Quirimbas, entoam canções do seu folclore a caminho da praia, enquanto os homens tecem as suas conversas em meio a gargalhadas.
Sob o embalo de canções e conversas em Emakwa e ou em Kimwani, às vezes com bebés ao colo, ainda a mamar, elas buscam polvos nos coloridos recifes de águas cristalinas do Índico, esses moluscos marinhos que possuem oito braços fortes e com ventosas dispostas à volta da boca.
Mas desde 2007, tanto em Moçambique como na Tanzânia, Comores, Seychelles e Quénia, teve de ser reduzida a quantidade do pescado para protecção da própria espécie.
Os biólogos descobriram que o polvo, que significa “muitos pés”, é extremamente inteligente, tendo uma capacidade de retenção de memória e de aprendizagem, habilidades desenvolvidas para a sua própria sobrevivência.
Das prováveis 700 espécies presentes em todos os oceanos da Terra, abundantes, sobretudo em águas tropicais, pesam entre 3 e 40 kg; algumas chegam a 3 metros de comprimento, sendo também por isso chamadas de monstros dos mares.
Os nutricionistas descrevem o polvo como uma boa fonte de proteína e de aminoácidos essenciais, entre eles a leucina, que não é produzida pelo corpo humano. Esse aminoácido é usado para sintetizar proteínas e como fonte de energia. Acredita-se que ajuda ainda a reduzir a perda de massa muscular associada ao envelhecimento. O polvo é também uma boa fonte de magnésio, potássio, ferro e gorduras polinsaturadas. É ainda rico em colesterol (48 mg/100 g).
O facto de o molusco se alimentar de muitas outras espécies marinhas também aumenta a chance de contaminação por substâncias tóxicas. Na cozinha, a maior dificuldade é deixar sua carne, bastante fibrosa, no ponto certo. Uma dica é comprar polvos menores, que são mais macios. A outra forma de amaciar a carne é congelar previamente o molusco.
O polvo é uma boa fonte de magnésio, potássio, ferro e gorduras polinsaturadas.
Edição 71 Jan/Fev | Download.
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