Energias renováveis – A aposta para o futuro
Num momento em que a humanidade se vê ameaçada pela degradação ambiental causada pelas mudanças climáticas, várias acções têm vindo a ser adoptadas para responder a este desafio. A aposta em energias renováveis, uma alternativa para contornar as energias fósseis, que são as maiores poluidoras do ambiente, é a solução encontrada em todo o mundo e Moçambique não é excepção.
Moçambique tem potencial para apostar em energias sustentáveis, sobretudo renováveis, porém, garantir o acesso à energia ainda é um grande desafio para o Governo. Até agora, dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que quase 70% da população continua desprovida de energia. No entanto, considera que a adopção de energias renováveis é a única alternativa para conseguir electrificar todo o país e essa meta deve ser atingida até 2030.
Para já, o Governo tem um plano traçado e todas acções estão voltadas em aproveitar todo potencial que o país dispõe em energias renováveis. “O nosso programa prevê electrificar os pontos ainda não atingidos pela rede nacional de energia”, garante Max Tonela, Ministro de Energia e Recursos Minerais, que falava durante o Fórum de Investimento das Energias Renováveis Europa-Moçambique, organizado pela Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER) e Associação Moçambicana de Energias Renováveis (AMER). Ressalvou que tudo passa por “estabelecer um quadro regulatório sólido que garanta uma maior participação privada neste tipo de investimentos, que é fundamental para cumprir com a meta que traçámos”.
A União Europeia promete alocar 180 milhões de euros da sua carteira de cooperação apenas para as energias renováveis no país.
Há já fundos que foram concedidos pelos países parceiros. A União Europeia promete a alocação de cerca de 180 milhões de Euros da sua carteira de cooperação, dedicados apenas para as energias renováveis, através de iniciativas como o PROLER, o FASER, o PROENERGIA e o GET.Invest.
Para António Sánchez-Benedito Gaspar, embaixador da UE em Moçambique, “Moçambique além de ter um dos maiores potenciais para energias renováveis na região da Africa Austral, está a dar passos na direcção certa com iniciativas como o PROLER que garantem transparência, competição e segurança jurídica para os investidores”.
Mas até que ponto as energias renováveis garantirão o acesso à energia em todo o país? “Há projectos que já estão em curso no país, neste momento temos quatro operadores a trabalharem neste sector”, afirma Tonela.
Há, ainda, muito que percorrer, e o envolvimento do Governo e do sector privado é pertinente para a transformação das energias renováveis em oportunidades de investimento e alternativa para a provisão de energia às comunidades, e, para isso, o esforço de todos é fundamental.
“O desafio é elevado para um regulador muito jovem e é um processo, mas estamos engajados em levar a bom porto”, avança Carlos Xerinda, Administrador do Pelouro de Assuntos Jurídicos da Agência de Regulação Nacional de Energia (ARENE), uma entidade reguladora do sector energético que ajunta o sector privado no processo de desenvolvimento das energias renováveis.
Por sua vez, o Presidente do Conselho de Administração do Fundo de Energia (FUNAE), António Saíde, garante: “no segundo semestre, já teremos na mesa o pacote pronto para ser aperfeiçoado e com todos intervenientes a darem a sua contribuição e, como FUNAE, contamos com o sector privado para o alcance dos nossos objectivos, pois eles estão na vanguarda em matérias de sistemas solares e residenciais”.
“O nosso programa prevê electrificar os pontos ainda não atingidos pela rede nacional de energia”, revelou o ministro da tutela.
Edição 67 Maio/Jun | Download.
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