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Covid-19 – O Desafio De Devolver Os Alunos À Sala De Aula

Covid-19 – O Desafio De Devolver Os Alunos À Sala De Aula

A pandemia provocada pelo novo coronavírus gerou diversos impactos na educação, tanto para estudantes quanto para as instituições de ensino de mais de uma centena de países pelo mundo. E Moçambique não foi excepção. Afinal, ir e voltar da escola fazia parte do dia-a-dia de milhões de crianças, adolescentes e adultos que, de repente, viram o cenário mudar.

Diante do risco representado pelas aglomerações, comuns no ensino presencial, as autoridades decretaram a suspensão temporária de aulas. A tecnologia e o ensino à distância tornaram-se aliados para dar continuidade ao ano lectivo apesar de barreiras como a desigualdade no acesso à internet.

Na sequência do alívio das restrições impostas, as autoridades fixaram, para a retoma gradual das aulas no ensino geral, 1 de Outubro, começando pela 12ª classe, seguida da 10ª classe a 19 do mesmo mês e 7ª classe a 2 de Novembro. Contudo, devido à rápida propagação da pandemia, observa-se, até aqui, que nem todos os alunos voltaram às salas de aula decorrente do medo que os encarregados de educação sentem de expor os alunos a uma contaminação nas escolas ou no trajecto entre casa e a escola. Embora o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) garanta ter criado todas as condições para a retoma segura das aulas pre- senciais, alguns pais não acreditam nessa posição e não estão a deixar os alunos voltarem às escolas. Só na 12ª classe, por sinal, os primeiros a retomarem as aulas, segundo Gina Gibunda, porta-voz do MINEDH, apenas 80% dos 8,4 milhões de alunos é que se fazem presente às escolas. Este dado coloca às autoridades o desafio de consciencializar os encarregados de educação para permitirem que os seus filhos voltem à escola.

“Pelo menos no ensino secundário, não temos ainda nenhum caso de aluno que tenha sido suspeito de estar infectado pela COVID-19 até agora. Então, isso nos garante que afinal de contas os trabalhos feitos pelo MINEDH estão a surtir efeito”, sublinhou Gibunda.

Já Amadeus Lucas Impuana, secretário nacional da Organização Nacional dos Professores – Sindicato Nacional dos Professores de Moçambique (ONP/SNPM), admite que “na verdade há muito receio, mas entende-se que há (necessidade de promover) a reabilitação das escolas e também a sensibilização das próprias comunidades”.

Texto: Hermenegildo Langa Com Yuran Coimbra

Foto: Ricardo Franco

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