Fundo de Emergência Assegura Postos de Trabalho
O sector do turismo é um dos mais afectados pela pandemia da Covid-19 devido às restrições dos movimentos de entrada e saída a nível mundial, bem como à circulação interna de pessoas. Com os operadores turísticos a viverem tempos de incerteza, os fiscais das áreas de conservação de fauna e bravia viram a sua fonte de rendimento ameaçada.
Neste contexto, a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) decidiu criar o fundo “BIO – Fundo de Emergência”, destinado aos fiscais das áreas de conservação e da fauna bravia no país. Com o lema “Protegendo os Recursos Naturais em Tempos de Crise”, a iniciativa visa assegurar os postos de trabalho e cobrir os custos salariais dos fiscais e pessoal indispensável para apoiar a fiscalização das áreas de conservação durante o período da crise provocada pela Covid-19.
De acordo com Luís Bernardo Honwana, director executivo da BIOFUND, “o sector depara-se neste momento com o problema de manter toda a estrutura de guarda dos bens naturais, por se ver sem as receitas que advêm do turismo”.
Nesse sentido, Honwana considera que isto determina uma situação de crise, “e como solução, a BIOFUND decidiu criar este fundo para apoiar os operadores das áreas de conservação a prosseguirem com a fiscalização”.
Avaliado em três milhões de dólares, o fundo será implementado em duas fases: a primeira irá providenciar apoio directo ao sector público para cobrir os custos salariais de aproximadamente 150 fiscais do sector público; já a segunda irá beneficiar 800 fiscais do sector privado.
Por sua vez, Jorge Ferrão, membro do conselho de administração da BIOFUND, sublinhou que “a primeira fase do fundo de emergência deve durar seis meses, e a segunda fase (será) mais abrangente em termos de duração e o apoio a ser providenciado, consoante a evolução da pandemia no país”.
Embora temporária, os operadores privados olham para a iniciativa com satisfação, pois grande parte das comunidades junto das áreas de conservação depende directamente de receitas provindas delas.
“Todas as áreas de conservação sob gestão do sector privado têm comunidades residentes aos milhares cuja primeira oportunidade de emprego é o operador ao seu lado, e depois vem a fauna bravia que pertence ao Estado e a todos nós”, defende Pacheco Faria, representante da Associação Moçambicana de Operadores de Safari (AMOS). Implementado pela BIOFUND, em parceira com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e a AMOS, o fundo beneficiará 19 parques e reservas nacionais, 20 coutadas oficiais e outras categorias existentes no país.
Texto: Hermenegildo Langa
Foto: Jay Garrido
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